quinta-feira, 3 de março de 2011

173ª Parte - SOCIEDADE DO DECRESCIMENTO - Como se faz uma revolução cultural


Serge Latouche


Artigo de Serge Latouche

Publicado em março 3, 2011 por HC

O decrescimento é uma arte de viver. Uma arte de viver bem, em acordo com o mundo. O objeto do crescimento é também um artista. Alguém para quem o gozo estético é uma parte importante da sua alegria de viver.“

A reflexão é do economista e filósofo francês Serge Latouche, conhecido defensor do “decrescimento sustentável”, em artigo para o jornal L’Unità, 25-02-2011. O trecho faz parte de seu livro Come si esce dalla società dei consumi. Corsi e percorsi della decrescita, Ed. Bollati Boringhieri, 2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A via do decrescimento é uma abertura, um convite a encontrar um outro mundo possível. Esse outro mundo nós o chamamos de sociedade do decrescimento.

O convite é a viver aqui e agora, e não em um hipotético futuro que, embora desejável, talvez não veremos nunca. Esse outro mundo, portanto, está também naquele em que vivemos hoje. Está também em nós. O caminho é também um olhar, um outro olhar sobre o nosso mundo, um outro olhar sobre nós. (…)

A “common decense”

A via do decrescimento é, portanto, acima de tudo, uma escolha. (…) É, em todo o caso, um caminho de saída da enorme decadência gerada pela sociedade do crescimento. Um caminho de saída para recuperar a estima de si mesmo. É o caminho para reconstruir uma sociedade decente. Uma sociedade decente, diz o ensaio, é uma sociedade que não humilha os seus membros. É uma sociedade que não produz lixo.

A via do decrescimento é também a “common decense” de George Orwell. A decência comum significa ter controle, estar atento, ser capaz de ter vergonha por aquilo que é feito ao mundo e às pessoas. “Ser desenvergonhado – diz Bernard Stiegler – significa ter se tornado incapaz de ter vergonha”. A sociedade do crescimento é um mundo desenvergonhado, um mundo em que reina o desprezo. E o desejo de fugir do desprezo é uma aspiração universal (talvez a única verdadeiramente universal) que se realiza apenas nas sociedades decentes. A ausência de controle, a falta de atenção equivalem à ausência da decência comum definida por Orwell. Um mundo decente talvez não é mundo de abundância material, mas é um mundo sem miseráveis e sem sujeira. (…)

Quando dizemos que o decrescimento é um projeto político, entendemos que é também uma ética, porque, para nós, como para Aristóteles, a política não é concebível sem uma ética, e vice-versa, mesmo que seja oportuno não confundir os dois planos. Uma política que fosse apenas uma ética seria impotente ou terrorista, mas uma política sem ética (como a que vivemos principalmente a partir da reviravolta dos anos 90, do grande salto para trás neoliberal) vê o triunfo da banalidade do mal. (…)

A via do decrescimento é também o da emancipação e da conquista da autonomia. É a busca pela liberdade verdadeira e não da sua caricatura, a do hedonismo desenfreado e sem regras, proposta pela publicidade e pelo marketing e promovida pelo novo espírito do capitalismo, falsamente alegre e de fato mortífero. (…)

A via do decrescimento é uma saída de emergência do beco sem saída da imundialização [immondializzazione, jogo de palavras entre imundo e mundialização]. O caminho do crescimento é um exílio. É a travessia do deserto rumo à terra prometida, mas é também um oásis no deserto do crescimento. “A revolução – adverte Jérôme Baschet – não tem sentido se ela não é concebida, ao mesmo tempo, como uma festa, se é privada daquelas ocasiões tão importantes como um baile ou uma explosão de risos… É vão querer combater a alienação com formas alienadas… É preciso admitir a impossibilidade de conduzir uma verdadeira luta pela humanidade sem começar a perceber, no próprio processo dessa luta, a verdade da humanidade à qual se aspira, sem reconhecer o direito ao prazer e a necessidade de uma poesia que nada mais é do que o nome dado a uma existência verdadeiramente digna do homem”.(…)

O decrescimento é uma arte de viver. Uma arte de viver bem, em acordo com o mundo. O objeto do crescimento é também um artista. Alguém para quem o gozo estético é uma parte importante da sua alegria de viver. (…) Fazer da sua própria vida uma obra de arte não é o objetivo, mas um dos resultados.

A via do decrescimento é uma ascese. Limitando-se ao aspecto curativo e à luta contra a toxicodependência do consumismo, pode-se retomar a ideia de Ivan Illich do “tecnojejum”. O decrescimento é um exercício de emancipação das próteses técnicas, uma libertação da servidão voluntária e uma alienação à autonomia.

A via do decrescimento é uma conversão de si mesmo e dos outros. A conversão exigida para realizar a transformação social necessária e desejável pressupõe que se crie uma atitude de acolhida e de abertura a essa mudança. Essa educação é, ao mesmo tempo e indissoluvelmente, saber e ética, resistência e dissidência. (…)

A via do decrescimento é reconquista da realidade e da terra que é o seu princípio. Trata-se de habitar a terra como um território, um lugar de cumplicidade e de reciprocidade. De reencontrar a nossa intimidade com uma dimensão originária. “Hoje, uma linha de horizonte técnica – escreve de modo inspirado Xavier Bonnaud – separa o ser humano da fauna e da flora. Esses elementos que o ser humano tem afastado, enfraquecido e canalizado não produzem mais nele aquelas relações afetivas profundas que derivavam de um contato direto”. (…)

A via do decrescimento é a da crítica livre. É a da autolimitação e não do desencadeamento sem freios das paixões tristes. O decrescimento quer retomar o programa de emancipação política da modernidade, enfrentando as dificuldades que a sua realização comporta. A experiência autenticamente democrática instaura uma experiência de transcendência do homem no homem que permite sair das aporias do igualitarismo. Como diz o filósofo belga Robert Legros: “Reconhecer uma limitação dos poderes do homem que não seja uma autolimitação significa claramente admitir uma heteronomia no centro da autonomia. Interpretar essa limitação como uma norma inscrita na humanidade do homem, e não como uma norma de origem religiosa, significa tentar compreender o sentido de uma heteronomia propriamente democrática”.

Se o decrescimento e o projeto de construção de uma sociedade autônoma realizam o sonho de emancipação dos Iluministas e da modernidade, não fazem isso por meio de uma desvinculação da ligação com a natureza e do enraizamento na história, mas, ao contrário, reconhecendo a dupla herança da nossa naturalidade e da nossa historicidade. É preciso lutar contra a ilimitação do indivíduo e da sua relação com a natureza que pretendemos criar.

A via do decrescimento é essa luta. A via do decrescimento é uma emancipação da religião do crescimento. Requer, portanto, necessariamente, também um “descrer”. É preciso abolir a fé na economia, renunciar ao ritual do consumo e ao culto do dinheiro. Para os teólogos Alex Zanotelli, Pe. Achille Rossi, Pe. Luigi Ciotti e Raimon Panikkar, assim como para Ivan Illich ou Jacques Ellul, a sociedade do crescimento apoia-se sobre uma estrutura de pecado.

Contrariamente à fórmula desventurada da encíclica Populorium progressio, o desenvolvimento não é o novo nome da paz, mas sim o da guerra, guerra pelo petróleo ou pelos recursos naturais em via de exaurimento. Na sociedade do crescimento, não haverá nunca mais nem paz nem justiça. Ao contrário, uma sociedade do decrescimento trará novamente ao seu próprio centro a paz e a justiça.

Não queremos cair na ilusão de uma mítica sociedade perfeita, em que o mal seria erradicado definitivamente, mas sim inventar uma sociedade dinâmica, que enfrenta as suas inevitáveis imperfeições e contradições, dando-se como horizonte o bem comum, ao invés da avidez desenfreada. A via do decrescimento não é uma religião nem uma antirreligião: é uma sabedoria.

Para os objetores do crescimento, a busca dessa via é um dever, mas não é um imperativo categórico de tipo kantiano, embora assumamos o imperativo kantiano assim como reformulado por Hans Jonas: “Age de modo que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra”.


(Ecodebate, 03/03/2011) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]


Comentários:

- Ahhh...! Uma Luz, finalmente posto em palavras o que a Humanidade necessita, anseia!

Para mim (e uma grande parte da Humanidade), um alívio ler este texto MARAVILHOSO, coisa querida, desejada, sonhada, porém ainda não concebida coletivamente.

Exposto assim, tão claro, lúcido - 'factível' me garante que não está tão longe!

Alelulha; Amem. (repasse, traduza, imprima até o centésimo macaco...)

Piter


Fonte: Recebido por e-mail do amigo Peter.


É ISSO AÍ, AMIGO PETER!

OBRIGADA PELO ENVIO DESTA MATÉRIA!

TEMOS QUE “DECRESCER NA MATERIALIDADE”, DA FORMA COMO SE ENCONTRA O NOSSO MUNDO, PARA “CRESCERMOS NA ESPIRITUALIDADE”, DENTRO DE UM MUNDO NOVO, COM NOVOS PARADIGMAS HUMANITÁRIOS E DE RESPEITO A NATUREZA, E NÃO MAIS SECTÁRIOS, SOB O DOMÍNIO DE ALGUNS...

MUITA PAZ!

HIPÁTIA


Alto Paraíso, 03 de Março de 2011

PAZ EM TODOS OS QUADRANTES!

Hipatia III





terça-feira, 1 de março de 2011

172ª Parte - UM MISTERIOSO SIMPÓSIO E UMA CONQUISTA SEM PRECEDENTES À UFOLOGIA



Amigos Leitores!

Já não era sem tempo que alguma coisa desse tipo acontecesse! Uma reunião internacional, com líderes de vários países, focando a Ufologia e os inúmeros acontecimentos na área e que estamos cansados de saber de suas veracidades!



E, claro, o Brasil não poderia ficar fora disso, tendo em vista casos famosos como a Operação Prato e os ocorridos na cidade de Varginha/MG (dentre outros).



Vamos à matéria, e os céticos que se cuidem para que seus cardíacos não disparem de forma irreversível, já que acredito que não está muito distante o momento em que faremos de fato contato com seres de outros orbes!



Paz!



Hipátia



Um misterioso Simpósio e uma conquista sem precedentes à Ufologia



Maior dos líderes islâmicos nos Estados Unidos e amigo pessoal de Obama quer segredos sobre UFOs em cima da mesa



Categoria: ABERTURA UFOLÓGICA | EVENTOS | HISTÓRIA DA UFOLOGIA | UFOLOGIA OFICIAL


Reunião privada com Louis Farrakhan e o grupo. Crédito: Revista UFO

(Clique na foto para aumentá-la! Para quem não conhece, nosso representante brasileiro nesta mega reunião - Gevaerd - é quem está com a palavra na foto acima)


Galeria de fotos, acessível em: http://www.ufo.com.br/pop_fotos.php?id=115&placeValuesBeforeTB_=savedValues&TB_iframe=true&width=620&height=560


Há cerca de um mês, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd recebeu telefonema dos EUA com um convite para participar de um tipo de simpósio com líderes políticos e religiosos da nação e falar sobre UFOs no Brasil, de nossos principais casos e de como promovemos a abertura no país. Foi algo muito inusitado, pois não deram detalhes nem anteciparam nada. Na semana seguinte, veio a confirmação do convite e Gevaerd acabou recebendo, dias depois, as passagens e vouchers de hotel para participar do tal evento / reunião, que então descobriu que ocorreria em Illinois, Chicago, no fim de fevereiro. Nada mais do que isso foi dito neste novo contato, exceto que aquele era um convite pessoal e intransferível de um líder político e religioso islâmico muito importante dos EUA.

Nos dias seguintes, os detalhes sobre tal acontecimento chegavam em conta-gotas e Gevaerd não podia ainda falar nada sobre o que seria. Porém, uma das coisas que o assessor do anfitrião disse é que estavam sendo convidados "ufólogos de várias partes do mundo para participar de um acontecimento inédito" e que seria "algo histórico que deveria ser acompanhado por pessoas da área, respeitadas em seus países".

Claro que sentiu-se eufórico e lisonjeado, mas ainda assim manteve-se em silêncio, a pedido da organização do evento. No entanto, recebeu uma ligação do jornalista mexicano Jaime Maussán [Correspondente Internacional da UFO], que também havia sido convidado. Ele disse que seria um evento "significativo e muito importante" que ocorreria no sábado, dia 26, para cinco mil pessoas e com a presença maciça de líderes políticos, religiosos, artistas, militares, celebridades etc dos Estados Unidos. "Gevaerd, se prepare bem. Isso vai ser histórico", disse Maussán.

O simpósio seria uma manifestação de grande porte para demandar diretamente a Barack Obama, ao governo dos Estados Unidos e a outros governos do mundo - representados na ocasião - abertura completa e irrestrita de todos os segredos sobre a presença alienígena na Terra, de forma definitiva e inquestionável. Gevaerd e mais alguns ufólogos, entre convidados de várias partes do mundo, foram escolhidos para fazer uma manifestação apoiando o pedido. No início, disseram que ele teria entre cinco e 10 minutos para expor seu pleito e falar um pouco de UFOs no Brasil, depois em novo contato lhe pediram para preparar uma palestra de 30 a 40 minutos, abordando, entre outros temas, Operação Prato e Varginha. Mais informações chegavam a cada instante, sempre a conta-gotas.

Preparativos e correria

Finalmente, embarcou no dia 18 para Los Angeles, onde passou o final de semana e segunda-feira. Na terça, dia 22, foi para o Arizona, ao International UFO Congress (IUFOC) em Phoenix [Do qual fez a abertura no dia 23], e na sexta-feira foi cedo para Illinois ao evento acima citado. O líder islâmico que convocou o encontro em Chicago, tratava-se de ninguém menos do que Louis Farrakhan, um ativista dos direitos humanos conhecidíssimo e respeitado no país, o mais renomado líder islâmico fora do Oriente, representante nos EUA da Nation Of Islan [Nação Islâmica, NOI] e amigo pessoal de Barack Obama. Absolutamente ninguém se atrevia a prever o que ocorreria em Chicago no sábado, como também eram muitas as opiniões quanto ao que levou um líder religioso islâmico a promover uma manifestação destas. E não um comum, mas sim com extraordinária bagagem e penetração nos Estados Unidos.


Público majoritariamente islâmico. Crédito: Revista UFO


A conferência foi intitulada The Truth About the Existence of Unidentified Flying Object [A Verdade Sobre a Existência dos UFOs] e marcada para a tarde de sábado, dia 26. Durou das 14h30 às 18h30 do horário local - quase uma hora alem do programado. Foram oito conferencistas de quatro países - A. J. Gevaerd, do Brasil, Jaime Maussán e Fernando Correa do México, Piergiorgio Caria e Antonio Urzi da Itália, Roger Leir, Steve Colbern e Donald Schmitt dos EUA -, cada um com limite de 15 a 20 minutos e todo o programa foi gravado e transmitido ao vivo para o mundo, através da TV online do NOI...


Leia artigo completo no Portal da Ufologia Brasileira, link: http://www.ufo.com.br/noticias/um-misterioso-simposio-e-uma-conquista-sem-precedentes-a-ufologia-mundial


Forte e inspirador abraço;

Paulo R. Poian.


Fonte abaixo (recebido por e-mail):

Paulo R. Poian

Coordenação Portal da Ufologia Brasileira www.ufo.com.br

Consultor da Revista UFO Brasil www.ufo.com.br

Blog: http://www.ufo.com.br/blog/paulopoian
E-mail 1: poian@ufo.com.br
E-mail 2: paulopoian@gmail.com



Alto Paraiso, 01 de Março de 2011

PAZ EM TODOS OS QUADRANTES!

Hipátia III